Sunday, December 17, 2017

Brasil - Associação Brasileira de Advogados do Povo (Abrapo) denuncia crimes contra camponeses em Marabá

 un grande aparato policial foi mobilizado pelo gerente estadual Simão Jatene/PSDB para despejar as 362 famílias do Acampamento Hugo Chávez, ligado ao MST, no dia 14 de dezembro em Marabá. 

Os camponeses ocupavam desde junho de 2014 às terras da fazenda Santa Tereza, onde plantaram abóbora, hortaliças, mandioca e milho, além de construírem a Escola Municipal Luís Carlos Miranda Gomes, que atende 180 estudantes.

Reproduzimos a seguir a importante denúncia emitida pela Abrapo (Associação Brasileira dos Advogados do Povo)  sobre os recentes crimes praticados contra os camponeses do Acampamento Hugo Chávez, no município de Marabá (PA). 

A Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo) vem por meio desta nota denunciar os diversos crimes promovidos por latifundiários no dia 11 de dezembro de 2017, no acampamento Hugo Chávez, no Município de Marabá-PA.
Na noite do dia 11 de dezembro de 2017, camponeses do acampamento Hugo Chávez, organizados pelo MST, denunciaram que três caminhonetes, transportando vários pistoleiros, ao se aproximar do acampamento iniciaram disparos de armas de fogo contra o acampamento. O alvo dos pistoleiros era qualquer pessoa, inclusive as mulheres, crianças e idosos.
A pistolagem no estado do Pará é algo permanente para qualquer pessoa que minimamente conheça a situação do campo naquela região. São várias as denúncias recebidas pela ABRAPO de ações de pistoleiros na região somente este ano. No Município de Pau D’Arco, por exemplo, a pistolagem era organizada pela empresa de vigilância Elmo, conforme denúncias dos camponeses. Já no Município de Xinguara, os camponeses do acampamento Osmir Venuto vêm denunciando diversas ações da pistolagem contra os camponeses, sendo que em outubro de 2017, um dirigente da Liga dos Camponeses Pobres foi ferido com dois tiros nas costas.
A pistolagem, à serviço do latifúndio, comente diversos crimes. Ameaças, intimidações, incêndios criminosos nos barracos e lavouras, assassinatos, são estes os crimes promovidos pela pistolagem contra os camponeses que estão lutando por sua subsistência, por um pedaço de terra para trabalhar. Porém, o Estado do Pará pouco faz para combater estes grupos paramilitares. Ao contrário, estão cooperando com estes grupos, como ocorreu na chacina de Pau D’Arco. Segundo relatos dos sobreviventes, a Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (DECA) atuou junto com dois pistoleiros contratados pela empresa de vigilância Elmo.
A reivindicação dos camponeses é um Direito previsto no Estatuto da Terra de 1964 e presente na Constituição Federal de 1988. Além disso, o Estado permite que grupos de pistoleiros atuem sem qualquer punição. A ABRAPO denuncia mais este crime do latifúndio contra os camponeses. Repudiamos o descaso do Estado na ausência de política de distribuição das terras. Repudiamos ainda a promiscuidade do Estado com a pistolagem. Toda a violência no campo é fruto da não efetivação dos direitos dos camponeses.
Pelo fim dos crimes do latifúndio!
O povo tem direito de lutar por direitos!
Solidariedade aos camponeses do acampamento Hugo Chávez, em Marabá/PA!


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